Rio Luena na cidade do Luso, onde tomavamos! bons momentos...
Em Ninda, terras do fim do mundo! grandes mergulhos!
Os grupos da 2041ª e da 2042ª C.C. iniciaram as acções da operação Coimbra 300 E/H, a partir de Ninda, no dia trinta de Setembro de mil novecentos e setenta e três, desenvolvendo acções junto à fronteira com a Zâmbia e a sul de Ninda.
Permaneceram no acampamento, em apoio aos grupos em actividade operacional, o grupo de alerta e as duas equipas de defesa imediata.
Nem os grupos da 2041ª nem os da 2042ª C.C. envolvidos nesta operação, tiveram contactos de relevo com o inimigo. No entanto e num golpe de mão bem sucedido, um dos grupos da companhia lançado sobre local de actividade inimiga, detectado pela esquadrilha de helicópteros da Força Aérea Sul Africana, no regresso de uma viagem de largada, capturou sem resistência uma série de armamento entre os quais o já referido canhão sem recuo de 75mm.
O regresso ao Luso em meios auto deu-se no dia dezoito de Outubro, com um ferido ligeiro e com material capturado: uma espingarda automática PPSH, quatro morteiros 82, um canhão sem recuo de 75mm, uma granada de mão, carregadores e munições.
Já no Luso, a companhia recolheu ao quartel, onde se instalou e se preparou para novas intervenções.
Esta primeira operação realizada no leste de Angola concedeu-nos outro tipo de experiência. As acções de contra-guerrilha teriam aqui que ser feitas de forma um pouco diferente das que tínhamos realizado na ZMN.
O terreno quase sempre plano, com poucos desníveis mesmo na proximidade de linhas de água, proporcionava andamentos mais fáceis e rápidos mesmo fora dos grandes espaços abertos conhecidos como “chanas”. Para quem tinha estado no norte, a caminhar com dificuldade nas densas matas que ora se desenvolviam em vales profundos ora em montanhas íngremes, matas tropicais cheias de arbustos fechados, de lianas que se prendiam ao equipamento, de humidade e calor, este tipo de terreno apresentava-se bem mais agradável.
As formações de combate, em linha, em cunha, em L ou em U, que este tipo de terreno permitia, proporcionavam na marcha para os objectivos ou no assalto a estes, maior poder de fogo contra o inimigo. Todavia e ao contrário do norte, esta zona leste de Angola, fria durante a noite e madrugada e muito quente durante o dia, obrigava a um controlo apertado sobre o consumo de água.
Na noite do dia dezanove de Outubro de mil novecentos e setenta e três, iria iniciar-se uma operação bem diferente de outras já realizadas e que por isso foi sempre omitida nos registos históricos da companhia. Escrever sobre ela será a seu tempo, mas agora aqui fica a referência a essa acção realizada por operacionais da 2042ª C.C. Nesta altura e como atrás se referiu a UNITA vivia acantonada, numa estratégia de não agressão contra o Exército Português.
Numa acção de socorro a um grupo de flechas que teriam sofrido uma emboscada, um grupo da companhia foi lançado de helicóptero na região do Léua no dia dezanove de Outubro. Regressou no dia seguinte com um ferido acidentado.