quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Romagem ao "Comando" Mourão


Após a sua desmobilização em 1975, imigrou para a Suíça, e nunca mais tivemos noticias dele. Ao fim de 32 anos conseguimos a sua localização e ficamos a saber que tinha falecido em 27-04-2006 através da sua esposa em resposta ao convite para o almoço da Companhia a realizar em Maio de 2007. Foi lembrado e homenageado nesse convívio, e se na sua última caminhada não teve a presença dos seus camaradas dos tempos difíceis por desconhecimento, na passagem do 1º aniversário da sua morte um grupo constituído por elementos da 2042ª Cmds deslocou-se à Povoa de Lanhoso em romagem à sua campa onde depôs uma coroa de flores numa singela e sentida homenagem a este nosso irmão de armas.

Paz à sua alma



















1951 Joaquim Sequeira Mourão 2006



Campa onde está sepultado - Freguesia de Lanhoso



Amigos de sempre ... presentes!



Saudades!

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

A nossa homenagem

Depois de ter travado um combate desigual, contra um inimigo covarde e traiçoeiro, contra o qual resistiu cerca de dois anos, faleceu o nosso camarada Fernando Meira; Comando de corpo e alma e que connosco partilhou muitas aventuras em Angola nos tempos difíceis da guerra. Foi sepultado no cemitério de Brufe, Famalicão. Acompanhou-o um numeroso grupo de familiares, conhecidos da sua terra, e camaradas de armas da 2042Cmds. Depois das orações pela sua alma, ao descer à sua morada, foi impressionante o grito ao chamamento de Fernando Meira, seguido de um outro, o Mama Sume proferido pelo Justino Almeida.
È mais um amigo que parte e deixa-nos saudades
Paz à sua alma
A toda a sua família, os nossos sentidos pêsames e um abraço envolvente de solidariedade.
Para ti Meira, a 2042ªCmds grita em uníssono
Presente
Mama Sume!

















Funeral do Fernando Meira



Amigos de sempre ...presentes!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

domingo, 3 de agosto de 2008

Homenagem a Faria da Ponte







Deixou-nos um mês antes do nosso 19º encontro/convívio; ele que ansiosamente esperava por esse dia, não pôde estar presente fisicamente. Sentimo-lo profundamente.Nunca tinha faltado a nenhum convívio ao longo de todos estes anos. Víamos nele o grande lidér e impulsionador destes eventos. Dotado de um grande coração,tinha sempre uma atenção e uma palavra amiga para todos sem excepção. Foi uma grande perda para todos nós; «sentiu-se e era bem visivél esse sentimento no último encontro que decorreu em Fafe» E no minuto de silêncio em homenagem aos nossos mortos, passou-nos pela nossa memória todas as recordações dos bons e mau momentos dos tempos difíceis que com ele partilhamos. Recordaremos sempre o Faria da Ponte, o seu vulto, as suas feições; essa será a nossa homenagem a um camarada e amigo de sempre; e ele lá no alto, no seu eterno descanso, com um sorriso nos dirá: «Obrigado companheiros, estarei sempre presente convosco nos convívios da nossa Companhia!»




Com lágrimas que se não vêm, com o choro que não se ouve, "Mama sume "




Mesmo em operações, sempre bem humorado




O jovem Furriel, sempre generoso e disponivél para todos


No seu último encontro com a Companhia, em Ortigosa-Leiria 2007, sempre amigo e sorridente



FUNERAL DE UM COMANDO






Mais outro funeral!...-Quem foi?

-Foi um COMANDO!

-Um COMANDO?

-Sim um, um soldado como os outros.

-Como os outros?

-Talvez não, talvez um pouco mais...talves um pouco menos.

-Um pouco menos?

-Sim, por não querer ser tanto

-Um pouco mais?

-Talvez por isso mesmo!

-Mas quem são os COMANDOS?

-Quem faz do perigo o seu pão. Do sofrimento o seu irmão. E da morte a sua companheira, e se habituou a tê-la sempre à sua mesa e à sua cabeceira, noite e dia, sem perder a alegria e o prazer de viver e sonhar.

-Que estranha companhia, mas porquê esse gosto, essa busca da morte de quem todos os seres fogem, mesmo os mais valentes?

-Porque são diferentes!

- E a fome? E a sede? E o medo? E a morte?

- A fome esquecem-na, quando tudo neles a repele e denuncia vão procurar no espírito o único alimento que a sacia.

- E a sede?

- Sede só têm uma, e essa ninguém a mede, a de fazer melhor, e de chegar primeiro, a de mesmo no alento derradeiro, quando o corpo já parece não ser nosso, gritar ainda: EU QUERO! EU POSSO!

- E o medo?

- Conhecem-no, por isso não o temem e para o combater e eliminar, são teimosos, tenazes, quando o instinto os contraria, repetem a cada minuto do dia: "A SORTE PROTEGE OS AUDAZES"

- E a morte?

- Ao pensar nela, a sua companheira habitual, transfiguram o receio e o pavor, tornando quase igual a própria morte e o amor.

- Mas eles não amam, eles não sofrem? Não são humanos afinal!

- São humanos demais, embora parecendo de menos e é esse apenas o seu drama, no seu bornal, no seu cantil, na sua cama, vivem o amor e a morte, e uma eterna inquietação.

- Há quem diga que o amor e a morte são quase a mesma coisa...

- Para eles são, e vivem num mundo diferente...feito de assombro, de sonho e de quebranto...

- Meio demónio e meio santo?

- Sim, é isso sim talvez o que eles são, mas sentem-se felizes com a sua sorte, pois não distinguem o amor da morte e só se sentem bem a viver nos extremos, o meio termo não existe para eles, nem o amar, nem o querer, nem o lutar, nem o sofrer, isso não sabem o que é, está fora do seu mundo, a sua taça bebem-na até ao fundo!
- E acreditam em Deus?
- Sim, ou melhor, creio que Deus habite neles em origem, não em fidelidade, pois são daqueles poucos a quem Deus estende a mão sem que eles lha peçam, porque só lhe pedem o que os outros não querem.

- Mas assim querem ser melhores que os outros, ser os melhores de todos.

- Não. Porque não comparam. Só querem ser melhores que eles próprios, por conforto ou benesses nenhum deles lutou, fiéis a essa ideia: Só provará o pão de Deus quem comeu o que o diabo amassou!
- É belo mas estranho tudo o que me disseste, porém que dizer deste pobre rapaz? Já que deu a vida, que a sua alma descanse em paz.
- A paz para ele nunca quis, não é pois na paz que ele há-de ser feliz.
- Mas que queria ele então...???
- Não sei, mas antes ou depois que a vida de um COMANDO acabe, nem ele próprio, mas só Deus
o sabe.
- Mas é estranho não querer nem desejar para si mesmo a paz.

- Medita nisto: O primeiro COMANDO foi Cristo, porque pregando a paz nunca viveu em paz e até morreu por isso.
- Compreendo então. Querem ser como Cristo?
- Não, também não, isso seria muito, querem apenas ser isto: Ser COMANDOS e viver como tal.
- Compreendo por fim, por isso creio que quando o corpo deste moço descer à terra fria e a última lágrima de alguém que muito queria, ainda não tombou, a sua alma, com a qual nunca se enfeitou, não sei se foi ao céu, a caminho de Deus, mas sei que subiu e se salvou!