terça-feira, 30 de junho de 2009

29 de Junho molhado...mas Abençoado!

O Capitão Cunha Lopes, como gosta de ser tratado pelos rapazes da 2042ª
...Oficiais...(Presente...(Sargentos...Presente...(Praças... Presente...








...Tínhamos tratado de tudo com muita antecedência.Saímos do Porto às 5.30 no autoc arro expresso que nos levaria a Lisboa, onde chegamos às 9.00 horas. Havia muito tempo para chegar à Carregueira, pois as cerimónias teriam inicio pelas 10.30, mas na dúvida logo tratamos de saber como chegar lá pois conhecíamos pouco de transportes e horários. O Mr. Rui um jovem militar de Barcelos mas a prestar serviço militar no Entroncamento, que eu conheci através do Hi5 mais conhecedo rdestas coisas de comboios logo tratou de nos desenrascar. Assim na gare do Oriente apanhamos o comboio para o Cacém numa viagem que me fez recuar 37 anos, pois foi lá que assentei praça em 1972. Chegados, andamos um bocado a pé até a um posto de combustivél um pouco cansados, mas animados por sabermos que estávamos perto. Foi então que me lembrei de pôr a boina e pedir boleia até ao quartel, e porque o "Comando" pratica a camaradagem logo o primeiro que nos apareceu parou, e para surpresa minha era o General Faria de Oliveira pessoa gentil que eu conhecia desde Angola, e que no pequeno pecursso conversamos um pouco e entramos na unidade. Tanto eu como Mr. Rui e a outra acompanhante Miss Carla ficamos muito vaidosos e orgulhosos desta boleia de uma personagem muita querida dos "Comandos". Obrigado senhor General...dissemos. Uma vez no interior da unidade, tempo para cumprimentar muitos amigos e camaradas da minha Companhia nomeadamente o camarada João Simão, presença assídua nestes eventos. Começou a cerimónia e o tempo ameaçava chuva.Miss Carla e Mr. Rui estavam contentes com o que viam, afinal tinham feito uma viagem desgastante para ver um encerramento de um curso de "Comandos" coisa que só ouviam falar, mas que queriam ver com os próprios olhos toda esta mística que nos distingue dos restantes. E quando chegou o momento que eu considero o mais alto da cerimónia, a homenagem aos caídos, aos nossos melhores, aos nossos heróis, não pude conter as lágrimas por esses extraordinários combatentes que eu conheci. Ao chamamento de Oficiais!...Presente! Sargentos!...Presente! Soldados!...Presente! Que sentimento nesse momento de silêncio total percorre a nossa mente! nunca serão esquecidos, estarão sempre presentes na nossa mem ória.Entretanto começou a chover forte e feio, mas incapaz de tirar o brilho a tão bela cerimónia que decorreu como se não chovesse, eu a brincar disse aos meus amigos: Cerimónia molhada...farda lavada! Todos os presentes resistiram de peito aberto a esta contrariedade que não ofuscou sequer um bocadinho este evento. Senti orgulho naqueles rapazes formados na parada, impecáveis, pernas abertas, peito para fora, cabeça erguida durante toda a cerimónia; verdadeiros continuadores da nossa mística e da nossa maneira de sermos "diferentes" O orgulho "Comando!"Finda a cerimónia, tempo para conversar com mais camaradas, e situações curiosas!...Conheci pessoalmente "Comandos" com quem travo mensagens no H15! a Internet tem destas coisas. Por fim um reencontro que me deixou muito feliz! O meu Capitão da 2042 Cmds como ele gosta de ser tratado pelos rapazes da Companhia, hoje General Cunha Lopes! 1,95, 120 quilos! coração de menino, sorriso sincero, de uma humildade inegualavél, grande Cunha Lopes! que abraço caloroso! um abraço paternal, a fazer lembrar os tempos dificeis passados em Angola! Saiba que miss Carla ficou com a face adormecida do seu beijo carinhoso! ela perdoa porque diz que foi à proporção da sua estatura corpulenta! mas muito bem impressionada com a sua simplicidade. Estava na hora de regressarmos ao Porto, mais uma boleia até ao Cacém ,desta vez por um camarada da 5ª Cmds da Guiné de nome Vítor Hugo que orgulhosamente levava na cabeça a boina camuflada, e explicou que só a 3ª Cmds e a dele a usaram na Guiné: obrigado Vítor Hugo. Cansados e molhados de tanta chuva o que obrigou Miss Carla a ter de comprar uma peça de roupa para substituir a molhada. Passamos uma parte da tarde no Parque das Nações para fazer horas para o autocarro cujo horário estava marcado para as 19 horas. Entretanto despedimo-nos de Mr. Rui que foi para o Entroncamento, que é a sua unidade às 17.30, tendo ficado com uma visão mais detalhada dos "Comandos" de quem é um fervoroso admirador, e eu também fiquei com a certeza de que a nossa amizade saiu mais reforçada, assim como com Miss Carla de quem fiquei seu admirador e impressionado pelas suas qualidades em geral, e com pena de não estar presente nesta foto como seria seu desejo por falta de lembrança nossa. Obrigado amigos por me fazerem companhia e ajudado a recuar no tempo. Que sentimento é este que nos leva a percorrer grandes distâncias, com as inerentes despesas que isso acarreta! Só pode haver uma explicação! Foram os melhores anos das nossas vidas, e o desejo sempre presente de revermos os nossos melhores amigos e honrarmos os nossos melhores que jamais serão esquecidos.


quarta-feira, 24 de junho de 2009

Comemorar o 29 de Junho, é evocar o Capitão Sousa Gonçalves

16-02-2009
Faleceu o Capitão Cmd Sousa Gonçalves

Em 14 de Fevereiro faleceu o Capitão Comando José Manuel Ferreirinho de Sousa Gonçalves, nasceu em 29MAI943, em Lisboa. Este oficial "comando" foi comandante de um grupo de combate da 2ª
Companhia de Comandos do Coronel Jaime Neves, em Moçambique (1966-67).

Nas operações do 25 de Novembro

Por Capitão Cmd Sousa Gonçalves

"No Verão Quente uma minoria esmagava a maioria do Povo Português. Todos eram impotentes para a travar. A Associação de Comandos, existente desde fins de Setembro de 1974, estava atenta. Atenta, porque o comando ama a sua Pátria.
Em Agosto de 1975, o Coronel Jaime Neves chamou-me e ao comando Vítor Ribeiro, ao Regiment
o de Comandos e transmitiu-nos na parada, de braço dado connosco, as suas apreensões e as que lhe eram comunicadas por quem detinha o poder político-militar na época, em relação à situação vivida na altura. Dizia-nos que aquelas entidades viam, talvez como única alternativa, possivelmente a guerra civil. As Unidades não tinham praticamente comando. Nenhum comandante podia dizer, então, que uma ordem dada às suas tropas ia ser cumprida a 100%.
Havia assim a hipótese da guerra civil. Utilizar-se-iam aqueles que se mantinham fiéis ao 25 de Abril, à liberdade e à democracia e que iriam para o Norte, onde a maioria do Povo ainda estava firme e onde se tinham desenrolado as acções já referidas neste colóquio, através da Igreja e da vontade da maioria das gentes do Norte. Depois teríamos que avançar para o Sul.
Lembro-me bem das preocupações desse homem de grande coragem e carácter, o Coronel Jaime Neves, preocupado com essa previsível guerra civil, na sua terra, no seu País e entre a sua gente.
Lisboa, a bacia de Setúbal e parte do Sul estava a saque da referida minoria. Naquela situação, a missão da Associação de Comandos era ficar nesta zona de Lisboa, fazendo acções de sabotagem em consonância e às ordens da cadeia militar instituída e a quem estávamos ligados. Já nessa altura, a Associação de Comandos iria ter, talvez, a parte mais gravosa do problema. E também nessa altura dissemos presente!
Mais tarde, surge o Decreto-Lei, a convidar ao regresso à efectividade do serviço militar, dos antigos combatentes, isto é, todas as tropas especiais. Os comandos foram os únicos que responderam. Em cerca de dez dias, fizemos entrar no antigo Regimento de Comandos, hoje extinto, duas companhias de convocados. A partir daí, julgamos que apenas o Comandante do Regimento de Comandos e o Comandante do Regimento de Cavalaria de Estremoz poderiam afirmar poder dar ordens a 100% e serem cumpridas.
Mais uma vez, aproveito a ocasião para, numa altura em que aparecem tantos livros..., afirmar que a única Unidade que se apresentou no Regimento de Comandos antes da vitória, foi o Regimento de Cavalaria de Estremoz. Nós não esquecemos!
Queria recordar alguns factos históricos, de somenos importância e que as pessoas talvez não se lembrarão:
• A entrada dos convocados no Regimento de Comandos e a sua mentalização para poderem dar a vida pela liberdade e pela democracia.
• O fim das ADUs no Regimento e o 20 de Novembro, quando fomos ao AMI, e informámos o seu Comandante, Brigadeiro Melo Egídio, através do nosso Comandante, Coronel Jaime Neves, que dávamos 48 horas ao Governo, para passar a exercer o seu poder político. E não me esqueço daquele nosso Brigadeiro ter dito ao nosso Coronel: Jaime nunca me tinha dito que tinha tanta força.
• A ida ao Forte de S. Julião da Barra, à reunião do Conselho da Revolução, para apoiar o então Primeiro Ministro, Almirante Pinheiro de Azevedo.
• A tentativa de aliciamento falhada dos pára-quedistas regressados de Angola, para que entrassem no golpe.
Há outro aspecto muito importante e de que ninguém fala - a ida do material desses pára-quedistas para o Norte. O Coronel Jaime Neves entrou no Regimento, cerca das 22H00 ou 23H00, e disse-me: A PM está toda na rua a caminho do Norte, para "sacar" o material dos páras, que veio de Angola. Há que fazer qualquer coisa. Agarrámos em 40 comandos, da Companhia de Comandos 121, e fizemos parar a PM. Em paz e em diálogo, como agora se diz... Não terá sido um diálogo de palavras, mas suficiente para funcionar. Conseguimos que esse material fosse para a Região Militar Norte. A PM regressou toda ao seu quartel, com as G 3 viradas para o ar, quando passava junto de nós.
É também interessante recordar que, nessa noite, enquanto o Coronel Jaime Neves andava numa viatura civil, com mais dois ou três comandos, a verificar como decorriam essas movimentações da PM e eu me encontrava com um Grupo de Combate junto à Presidência da República e à PM, onde dispersei, em poucos segundos, uma dessas manifestações, que se faziam na época, fui chamado ao Sr. Presidente da República, que me deu ordens para retirar a tropa. Ao que eu, respeitosamente, lhe respondi que não retiraria, sem receber ordens do meu Comandante."



NOTA:
1 - Extracto da comunicação proferida em 21-11-1995, por ocasião da comemoração do 20.º aniversário do 25 de Novembro, promovida pela Associação de Comandos, na S.H.I.P.

sábado, 13 de junho de 2009

O 29 de Junho em Angola

Comemorar o 29 de Junho dia dos "Comandos", é honrar a memória de todos aqueles que na sua juventude serviram Portugal em troca de nada. Após o 25 de Abril, os liberais, socialistas e comunistas que hoje nos governam, gritavam:NEM MAIS UM SÓ SOLDADO PARA AS COLÓNIAS !!! Para onde vão agora morrer os nossos soldados? Para as Colónias dos Durões Barrosos!?


042ª Formada na Parada do C.I.C
Placa Existente no Castelo do Queijo, Não os esquecemos
Clica na imagem para ampliar
No Campo da Honra e em defesa da Pátria...
Por Angola...
Por Moçambique...
Pela Guiné
Pelos "Comandos"
Por Portugal! Mama!...Sume!...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

A 1ª Operação da 2042ª Cmds

Quem não reconhece esta imagem!? (Do arquivo do BArt. 6323)
Vista aérea do Zala (Foto do arquivo do BArt 6323)
Assalto a um acampamento pelo 4º grupo

A actividade operacional no norte de Angola (ZM
N que pela natureza das acções do inimigo ( Movimentos de Libertação ), requeriam a constante intervenção de tropas especiais, desenrolava-se em zonas que se situavam desde Maquela do Zombo a norte e de Santa Cruz a nordeste, até à vila Caxito.
Foi nesta região militar que a 2042ª C.C. iniciou a sua actividade operacional no dia um de Junho de mil novecentos e setenta e três, na operação Bolada I/H. Saiu de manhã em coluna auto do Grafanil, em direcção às Povoações do Zala e do Toto, situadas nestas áreas de actividade da guerrilha.
No controlo militar de Sassa a norte da povoação do Caxito, um grupo de combate separou-se da companhia e dirigiu-se para o Zala, pela estrada (picada) de Nanbuangongo.
A companhia, continuou a sua viagem até ao Toto, onde chegou no dia dois de Junho. Nesta unidade militar já se encontravam a 33ª e a 37ª C.C.
Depois do breafing realizado na berliet de operações, entre o comandante da operação, o comandante da companhia e os comandantes de grupo, iniciou-se a preparação e saída dos grupos de combate, para a pequena base da força aérea situada a cerca de cinco quilómetros da sede do batalhão de infantaria do Toto. Permaneceram no acampamento, em apoio aos grupos em actividade operacional, o grupo de alerta e as duas equipas de defesa imediata.
Desta base aérea, transportados em helicópteros Puma e Allouette III, quatro dos cinco grupos que viajaram para o Toto, foram largados na área e nas posições destinadas aos grupos da 2042ª C.C. no âmbito da operação Bolada I/H. As acções realizadas nesta operação, constituíram as primeiras em zonas declaradas de guerrilha.
As posições de largada dos grupos, salvo as que correspondiam a golpes de mão sobre objectivos bem localizados, situavam-se normalmente muito longe do objectivo da operação. Na sua progressão e para evitar confrontos em desvantagem, a direcção do grupo de comandos era várias vezes alterada e a marcha várias vezes interrompida para acções de despiste, reconhecimento e emboscada. Sabia-se que muito dificilmente e por muito pouco tempo, os nossos inimigos perderiam a nossa posição, mesmo que o grupo se encontrasse completamente parado e escondido no matagal.
Na mesma zona, outros grupos da 2042ª Cmds ou de outras companhias desenvolviam as suas acções o que constituía uma vantagem em caso de necessidade mas também um risco em caso de aproximação involuntaria.
Depois de concluídas as operações com a duração de três noites, os grupos lançados do Toto e do Zala foram recolhidos por helicópteros para o aquartelamento do Toto. Concluída a operação Bolada I/H, com duas ou três acções por grupo, a companhia regressou a Luanda, em meios auto, no dia dezanove de Junho de mil novecentos e setenta e três, sem baixas e com algum material capturado ao inimigo: uma pistola metralhadora STEN MKII e uma espingarda Mauser.

Fotos do encontro na Mealhada da 2042º Cmds 2009


Foto da Companhia, volvidos 36 anos
4º grupo de combate de ontem no Lutembo

4º grupo de combate de hoje...o mais representado!...
Oliveira nos preparativos da festa
Varandas-Amorim-Ferreira-Robim-Nunes-Moutinho.
Amorim, que veio de Andorra para estar presente
Sampaio a trocar impressões com Nélito
Nunca faltam!...Canha-Vicente-Lopes, e suas esposas
A equipa do Alentejo, só falta o alferes Barnabé
Grande amigo Duarte, Gigante-Martins-Oliveira
Ferreira-Almeida-Dias-Isaías Pires
Alferes Correia "Corisco" com sua esposa