terça-feira, 17 de março de 2009

Um histórico dos Comandos

Em Fafe, Maio no 19º Encontro/Convívio 2008


C.I.C, Belo Horizonte, Janeiro de 1973.

A sua passada vigorosa, o seu desembaraço debaixo de um calor tórrido, aquela mancha no rosto, logo chamou a minha atenção. Com o decorrer do curso fui ouvindo várias histórias a seu respeito que contribuíram para a minha crescente admiração por aquele Comando de estatura baixa, mas entroncado de seu nome Isaías Pires! Posteriormente vim a saber que era possuidor das mais altas condecorações atribuídas por feitos em campanha. Mal sabia eu que iria conviver com ele, agora sob as suas ordens. Tinha sido nomeado para comandante da 2042Cmds, com a patente de Tenente no dia, 7 de Dezembro de 1973, em substituição do Capitão, Américo Pinto da Cunha Lopes, (hoje General) que numa sessão de treino de tiro, ficou ferido na mão direita. Estávamos no Luso leste de Angola. A sua nomeação trouxe uma nova dinâmica à companhia aliado ao facto de a sua longa experiencia de guerra e da sua aura mítica motivarem mais o desempenho de todos quanto tiveram o privilégio de combater com ele. Hoje, passados todos estes anos, é uma presença assídua nos convívios anuais da companhia, sendo o próprio muitas vezes a lembrar aos realizadores do evento para que não se esqueçam da data. Por força da sua popularidade no seio da família comando, é solicitado a estar presente nos muitos encontros das Companhias. Dito por ele, só há três companhias onde não pode faltar! A 1ª Cmds, a 19ª Cmds, e a 2042mds. Por tudo isto, e muito mais, merece esta figura incontornável da história dos Comandos, o nosso maior apreço e admiração pelas suas qualidades de combatente e condutor de homens.


Isaías Pires

Cavaleiro

Alvará da TORRE E ESPADA ao TEN.-CORONEL “COMANDO” Manuel ISAÍAS PIRES

Considerando de justiça distinguir o Primeiro-Sargento de Infantaria, Manuel Isaías Pires, que, por mais de uma vez, ganhou jus a condecorações por acções em campanha desde 1961; Considerando que na prática de feitos em combate na Província de Angola revelou coragem constante em presença do inimigo, alto espírito de sacrifício, decisão, alheamento consciente do perigo, prestigio pessoal sobre as tropas comandas ou entre os seus camaradas superiores, virtudes militares estas que o impõem como alto valor da Nação: Américo Deus Rodrigues Thomáz, Presidente da República e Grão-Mestre das Ordens Honorificas Portuguesas, faz saber que, nos termos do Decreto-lei n.º 44 721 de 24 de Novembro de 1962, confere ao Primeiro-Sargento de Infantaria, Manuel Isaías Pires, sob proposta do Presidente do Conselho, o Grau de Cavaleiro da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.

Presidência da República, 31 de Maio de 1971

Um comentário:

JC Abreu dos Santos disse...

No dia 10 de Junho, de 1971, Manuel Isaías Pires recebeu, no Terreiro do Paço, a Ordem da Torre e Espada.
O registo fotográfico está online no portal UTW e pode ser visto em

http://ultramar.terraweb.biz/Celebracoesdo10JUN/Celebracoes_EncontrosNacionais_LX_1971Jun10.htm

Saudações 'comando',
Abreu dos Santos