terça-feira, 27 de outubro de 2009

Para Meditar e Reflectir!

“ ANTIGOS COMBATENTES: DIGNIDADE”


Os combatentes das últimas campanhas ultramarinas, alguns, acabam de receber a comunicação da Caixa Geral de Aposentações informando o valor do acréscimo vitalício de pensão a creditar nas pensões de reforma de Outubro: 150 euros, valor anual (78 euros líquidos nalguns casos).

Um antigo oficial miliciano desabafava para o seu antigo capitão, o tratamento que esta alteração da lei pelo XVII Governo Constitucional lhe tinha merecido: com um cheque, devolver ao Estado o valor atribuído. E se o seu agora coronel, com cinco comissões em África, viu o seu acréscimo vitalício reduzido de 700 para 150 euros, que concluir do reconhecimento devido aos soldados dos treze anos de guerra? Em grande parte dos casos, agraciados com reduções de 150 para 115 euros (ilíquidos).

No princípio era a demagogia. Perante uma campanha eleitoral e para conquistar (ou ludibriar) eleitores, um jovem político avança com a promessa: criar um suplemento de pensão para antigos combatentes.
Sem ter efectuado qualquer cálculo, estavam para vir: as despesas na montagem de um sistema englobando meio milhão de antigos combatentes; os custos pelo pagamento do acréscimo (vitalício) ás centenas de milhares de envolvidos.

E assim se consegue a adesão de eleitores, os indispensáveis votos para conquistar o poder, o que efectivamente veio a suceder com o autor da proposta: Paulo Portas, com o lugar de ministro da Defesa.

Depois, a economia. Para quem nunca acreditou na necessidade, justificação ou bondade de tal medida, nada do agora sucedido espanta. Quem nunca cuidou a sério dos verdadeiros necessitados de apoio, os deficientes militares, com a criação de dois ou três lares de luxo onde serem tratados e ou recolhidos com dignidade, jamais iria estar preocupado genuinamente com 500 mil antigos combatentes que nada tinham pedido. Assim o quis a demagogia, entretanto travada pela economia.

Um antigo coronel engenheiro militar, sugeria há dias à Associação de Oficiais (AOFA), que ponderasse o levantamento de um processo ao Estado (de direito).

Mas desde que vimos um ministro da Defesa (jurista de profissão), cancelar um suplemento de pensão aprovado em diploma do Governo/AR, com um simples despacho seu, tudo é possível, como no reino da Dinamarca.

No final, a demagogia. Reduzida a «Vitalícia», por se ter tornado incomportável para as Finanças do Estado, assim se cultiva a dignidade dos antigos combatentes. Registe-se a honradez dos responsáveis políticos do Estado: Governo/AR.

Assim se comprova como são rigorosos os governos, excepto quando das grandes empreitadas ou dos profundos estudos com que preparam o futuro do país.

Já não haverá muitos antigos combatentes, que pelos sessenta anos de idade voltem agora a ser pais. Uma nova surpresa (agradável) os esperaria. Numa conta bancária dedicada ás cem mil crianças a nascer anualmente nos próximos anos, o depósito de 200 euros, por obra e graça do XVIII Governo Constitucional. Aqui está no que dão as promessas eleitorais (sem custos para os utilizadores: secretário geral do PS).

Nada como 200 euros de pura demagogia: 20 milhões anuais, 80 milhões por legislatura. A recolher dos impostos dos contribuintes e contributo dos antigos combatentes?

(Do Blog, CC.3440)
Barroca Monteiro
(enviado ao DN)

(Nota do editor) Continuo a pensar, que as associações que representam os ex-combatentes não estão isentas desta falta de respeito que se faz sentir no nosso sentimento de Patriotas. Cabe a elas liderar um movimento colectivo e renvidicativo de verdadeira afirmação de quem muito deu, e nada recebeu. Que é feito dos homens que combateram os inimigos que não tinham rosto, e temem agora os inimigos com rosto e têm nome!?!! Agora, mais do que nunca, faz mais sentido a palavra: Para o Parlamento e em força!

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